segunda-feira, 21 de junho de 2010

"Para não dizer que não falei das flores"

Naquele dia, acordou com uma percepção diferente sobre a vida. Percebeu que não apenas as rosas enfeitam o jardim pela manhã. Haviam também as tulipas, violetas, margaridas e copos-de-leite que executam o trabalho divinamente. Observou que não tinham espinhos como as rosas, embora não quisesse se prender a esse detalhe. Sabia que todas elas tinham seu charme e seus pontos fracos. Cada uma tinha um perfume que lhe era peculiar. Uns mais fortes, outros nem tanto. Uns mais doces, outros cítricos. Por isso, ela entendeu que não podia fazer comparações. Depois de ter apreciado a vista por alguns minutos, fechou a janela por causa da chuva. Os pingos fraquejantes ameaçavam entrar no quarto da menina. Deu de costas e sorriu para si mesma. Resolveu abrir a janela. Afinal, que importava se caíssem algumas gotas de alegria naquele chão sem graça? Ao menos trariam consigo o perfume das flores...

5 comentários:

Nina disse...

Sim, as diferenças são a beleza do mundo.

(Que frase brega, não?!)

Fernanda Paiva disse...

É a breguice mais verdadeira que eu já vi :)

Anônimo disse...

Lindo conto! A imagem desta menina abrindo a janela para que a chuva entre é belíssima e forte e intensa. É isso aí!

Sou teu fã

F.Nobre (és a primeira a me ler assim)

Anônimo disse...

Guardo saudades tua. Tem que aparecer mais vezes!
F.Nobre

Anônimo disse...

O Lobo que virou Nobre!
Pois é, Felipe.
Às vezes, para sentirmos o cheiro das flores, é preciso abrir as janelas da alma, da vida, etc.

Aparecerei :)

- Fernanda Paiva

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